O conglomerado J&F ganhou projeção internacional ao transformar a JBS S.A. na maior processadora de proteína animal do mundo. Controlado pelos irmãos Batista, o grupo administra mais de cinquenta marcas que atuam em setores tão diferentes quanto carne, laticínios, fintechs e energia sustentável.
Da carne ao leque de produtos alimentícios
No núcleo do império está a JBS, que dispensa o nome de “empresa de carne”. Nos Estados‑Unidos, a corporação opera marcas como Swift, 5 Star, Clear River Farms e Certified Angus Beef, atendendo desde o consumidor final até cadeias de restaurantes. Na Europa, nomes como Moy Park, Oak Crown e Albert van Zoonen são a cara da JBS nos mercados de carne bovina e avícola.
O portfólio de laticínios, que inclui Doriana, Delícia, Franciscano, Ricca e Cremosy, cobre todo o espectro de produtos – de leite tradicional a queijos artesanais de alta margem. Essa diversificação permite que a empresa ofereça linhas premium ao mesmo tempo em que garante presença em prateleiras de preço mais acessível.
Além do leite, a J&F expandiu para massas frescas com a MassaLeve, para alimentos processados com a JBS Trading, e para a produção de colágeno bovino com a NovaProm, exportando para mais de 40 países. Cada uma dessas iniciativas agrega valor ao conceito de “alimentação integral” que a holding tem buscado consolidar.
Finanças, energia e tecnologia: a nova fronteira da diversificação
No universo digital, o PicPay se tornou a principal carteira de pagamentos eletrônicos do Brasil, registrando mais de 33 milhões de usuários ativos e oferecendo serviços que vão de transferências instantâneas a crédito consignado. Paralelamente, o Banco Original foca no segmento corporate e agroindustrial, reforçando a presença do grupo nos serviços financeiros corporativos.
Na área industrial, a Eldorado Brasil destaca‑se como uma das fábricas de celulose mais sustentáveis do planeta, adotando processos de baixo consumo hídrico e geração de energia renovável. O investimento na Âmbar Energia amplia essa aposta em fontes limpas, enquanto a J&F Mineração garante a presença do grupo no setor extrativo.
Infraestrutura e logística são geridas pela JBS Transportadora, que movimenta animais vivos, contêineres refrigerados e cargas secas. A subsidiária Uboi garante transporte especializado para produtores de gado de todos os portes, e a NoCarbon introduz caminhões elétricos alugados para distribuição de produtos JBS, diminuindo a pegada de carbono nas rotas de entrega.
O segmento de biotecnologia ganha força com a Orygina, que desenvolve insumos farmacêuticos, culturas de mídia e pesquisas em terapias genéticas. Já a JBS Biodiesel converte resíduos orgânicos em biocombustível, demonstrando o compromisso da holding com a economia circular.
Outras áreas complementares incluem: a JBS Higiene & Limpeza, responsável por detergentes e sabonetes; a BioBriz, referência em produtos de limpeza doméstica; e a Funpet, que fabrica rações para animais, garantindo integração da cadeia produtiva do agronegócio.
A J&F também investiu em educação por meio do J&F Institute, que oferece cursos técnicos em Administração de Empresas para cerca de 900 estudantes de ensino fundamental e médio. A iniciativa busca formar profissionais alinhados às necessidades de gestão das empresas do grupo.
Em suma, a estratégia dos irmãos Batista não se limitou ao aumento da produção de carne. Eles criaram um ecossistema empresarial onde cada unidade de negócio potencializa a outra, desde o campo até a mesa, passando por pagamentos digitais, energia limpa e formação de talentos.
