Greta Thunberg deportada após ação da marinha israelense
Greta Thunberg, uma das vozes mais influentes da juventude global, voltou ao foco das atenções — mas desta vez, não pelas razões ambientais que a tornaram famosa. No dia 10 de junho de 2025, a sueca e outros três ativistas foram deportados por Israel depois que a marinha do país interceptou o navio no qual seguiam rumo à Faixa de Gaza. O grupo fazia parte da Freedom Flotilla Coalition, formada por ativistas internacionais em protesto contra o bloqueio de Israel à região palestina.
O navio foi abordado em águas internacionais, cerca de 200 quilômetros da costa, algo que ativistas classificam como "pirataria" e violação do direito marítimo. Já Israel sustenta que apenas reforçou seu bloqueio naval, argumentando razões de segurança para impedir insumos em Gaza. A resposta, porém, inflamou ainda mais a comunidade internacional, principalmente em meio à pior crise humanitária dos últimos tempos vivida por cerca de 2 milhões de palestinos em Gaza.

Choque de narrativas e a pressão por mudanças
Greta, que normalmente evita viajar de avião, fez a exceção para este protesto. Após a interceptação, ela foi levada ao porto de Ashdod, em Israel, e, mesmo detida por poucas horas, não deixou de manifestar críticas duras ao governo israelense. Ela descreveu o ambiente como "caótico e incerto", ressaltando que seu breve desconforto não se compara ao sofrimento enfrentado diariamente pelos palestinos sob ocupação e conflito, já ultrapassando 20 meses. Greta aproveitou para cutucar o ex-presidente americano Donald Trump, que a chamou de 'estranha' e 'zangada', dizendo: "O mundo precisa de muito mais mulheres jovens e furiosas".
Thunberg optou por aceitar a deportação e retornar à Europa — passando pela França antes de chegar à Suécia. Assim que desembarcou em Estocolmo, centenas de apoiadores a aguardavam com gritos de "Free Palestine", celebrando sua volta e fortalecendo o debate sobre a situação de Gaza. Lá, Greta reafirmou as acusações contra ações israelenses e ressaltou a necessidade de pressão mundial para o fim da ocupação e do que chama de opressão sistêmica.
Diferente de Greta, pelo menos oito ativistas recusaram a deportação imediata. Entre eles está o brasileiro Thiago Ávila, conhecido pela militância em direitos humanos na América Latina. Esses ativistas permanecem detidos em uma instalação próxima ao aeroporto de Tel Aviv, aguardando audiência judicial para contestar o processo. Familiares, organizações e políticos brasileiros acompanham o caso de perto, alertando para possíveis violações de direitos e limitando contatos com advogados.
Enquanto isso, a Freedom Flotilla Coalition já sinaliza que novas tentativas de romper o bloqueio a Gaza vão continuar. O grupo denuncia o bloqueio como principal causa do colapso humanitário, alegando que medicamentos, alimentos e material básico continuam retidos. O clima na região segue de tensão, e a ação envolvendo Greta Thunberg só aumentou a pressão internacional por mudanças rápidas na política israelense sobre Gaza.