Interdição da Arena Barueri pela FPF expõe crise política com o Palmeiras

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Polêmica na interdição: FPF trava uso da Arena Barueri e Palmeiras reage

Se alguém pensou que os bastidores do futebol paulista estavam calmos, a decisão da Arena Barueri mostra que o cenário segue agitado. No dia 20 de maio de 2025, a Federação Paulista de Futebol comunicou oficialmente a interdição temporária do estádio, alegando reformas e inviabilidade de partidas com público. Mas, nos corredores do futebol, o real motivo parece beeeeem menos técnico e muito mais político.

Enquanto a Arena Barueri está com as portas fechadas – pelo menos para as competições sob a tutela da FPF, como o futebol feminino e categorias de base – partidas do Brasileirão e Copa do Brasil organizadas pela CBF continuam liberadas normalmente. Isso escancara a separação de poderes no futebol brasileiro, mas no caso do Palmeiras, cria um problema danado para agendar jogos quando o Allianz Parque está indisponível por shows ou eventos.

Esse ano mesmo já rolou clássico pesado por lá – o Palmeiras derrotou Corinthians e São Paulo em Barueri. Isso depois de investir cerca de R$ 50 milhões em melhorias: vestiários modernizados, cobertura nova (pelo menos em parte), arquibancadas ajeitadas, imprensa com estrutura de primeira. Não parece o perfil de estádio largado ou perigoso para o torcedor.

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A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, não ficou quieta. Para ela – e para muita gente nos bastidores do clube – é claro que a interdição veio como recado: tudo seria retaliação da FPF após o clube não apoiar Reinaldo Carneiro Bastos na briga pela presidência da CBF. O Palmeiras optou por Samir Xaud, outro nome no páreo, enquanto Carneiro Bastos tentava reunir os clubes paulistas ao seu redor. Chama atenção que a decisão só atinge torneios da federação paulista e não influencia nos jogos nacionais, reforçando ainda mais essa sensação de punição dirigida.

A justificativa da federação é o artigo do Regulamento Geral das Competições, que não permite jogos sem público nos estádios. Só que o Palmeiras contra-argumenta: o estádio passou por reformas, atende normas, e já foi palco de partidas importantes recentemente. Portanto, nada de motivo real para fechar as portas.

E tem mais um capítulo: toda a gestão da Arena foi passada, há dois anos, para uma empresa ligada à própria Leila. O contrato, válido por 35 anos, só aumenta a temperatura da discussão, misturando interesses econômicos e rivalidade institucional.

  • O Palmeiras está revisando a decisão com advogados e cogita acionar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva para tentar derrubar a interdição.
  • A FPF, até agora, não sinalizou recuo.
  • A torcida, claro, já começou a debater nas redes se o clube deveria buscar outras alternativas ou bancar um longo duelo judicial.

No meio de tudo isso, jogadores e comissão técnica tentam planejar uma temporada já marcada por improviso fora de campo. Mas está cada vez mais claro que, no futebol paulista, o jogo está longe de ser decidido só dentro das quatro linhas.